26º Domingo do Tempo Comum – 2023

 

“Em verdade vos digo que os cobradores de impostos e as prostitutas vos precedem no Reino de Deus porque creram nele.”

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A vinha para onde o pai manda os filhos para trabalhar representa o mundo, a sociedade, a nossa vida e nossa história. Lá onde somos convidados a plantar, adubar, podar, ou seja, cuidar da vida para que ela dê frutos.

 

A vinha é símbolo do projeto de Deus na nossa vida que vamos construindo, para lá somos convidados a atender o chamado de Deus. No evangelho de hoje, Jesus faz uma provocação, especialmente a nós, quando se dirige aos sacerdotes e aos líderes religiosos daquele povo.

 

Jesus se dirigiu àqueles que professam uma religião, como nós que professamos, vivemos e a praticamos. E Jesus quer nos conscientizar qual sentido a religião tem para nós.

 

Os dois filhos citados no evangelho representam dois tipos de viver, um filho é chamado a trabalhar na vinha, e mesmo dizendo que não iria, sua consciência pesou e ele foi. Ou outro, também foi chamado a trabalhar, mas não foi, apesar de ter dito que iria.

 

O primeiro representa aqueles que compreendem o sentido maior das coisas e, apesar de suas limitações, dão um jeito e acabam fazendo a coisa certa. O segundo filho é uma pessoa fraca que se deixa levar pelas paixões, ou seja, não se esforça para fazer o que é preciso pra ter uma vida digna.

 

Têm muito católico praticante que não vive os ensinamentos, como por exemplo, não ajuda os necessitados; enquanto aqueles que nem sequer tem religião ajudam, como também há muito católico praticante que ajuda e muito pagão que não ajuda.

 

Isso não significa que a religião garante tudo, assim como a falta de religião também não. Também não quer dizer que a religião não seja importante, mas o que nos garante é a nossa fé. Ter fé é levar os ensinamentos de Jesus para a vida, ou seja, temos que viver a missa.

 

No evangelho deste domingo, Jesus disse que é possível pessoas consideradas muito ruins, para a sociedade, irem para o céu muito antes de nós, do que muitas pessoas consideradas do bem, não irem.

Porque, para muitos, ser somente religioso já é o bastante, basta ser praticante que está tudo bem, mas o que importa pra Deus não são somente as aparências, e sim o que há dentro dos corações.

 

Às vezes, a religião é só o cumprimento de um dever, pois quando ela não se converte em favor das pessoas, de nada serve. Precisamos levar a religião para a vida, para que tudo que ligarmos na terra, também esteja ligado ao céu.

 

Nós que somos praticantes de uma religião, a qual assumimos nossa fé de forma pública, somos hoje interpelados por essa provocação; Jesus nos põe à prova, se de fato a vivemos. A religião que Jesus nos propõe vai além de um conjunto de normas, ritos ou costumes.

 

A nossa religião, o cristianismo, é uma pessoa a ser imitada, inclusive em seus milagres, basta crermos. Não é uma ideia a ser concretizada, não é um espírito a ser celebrado, muito menos uma utopia. Devemos repetir em nossas vidas as escolhas de Cristo.

 

Jesus acolhia os doentes, os pecadores, expulsava demônios, ressuscitava os mortos, restaurava a visão dos cegos, fazia os paralíticos andar, multiplicava os pães, caminhava sobre as águas, etc. Portanto, podemos fazer tudo o que Jesus fez, sem nenhuma exceção.

 

Devemos começar com nossos exemplos de vida, através do nosso modo de agir e viver, para que assim as pessoas comecem a se espelhar em nós. Devemos ser discípulos de Jesus e ser aqueles que escutam o chamado e, mesmo dizendo que não vai, acaba indo.

 

Se não fizermos as escolhas de Cristo, estaremos agindo como o segundo filho que disse que ia, mas não foi. Professar a fé em Jesus Cristo precisa se traduzir em atos, senão serão apenas palavras, ou seja, falsas promessas. Por isso devemos fazer as vontades de Deus e não as nossas.

 

Pensemos no que ainda não fizemos de bem e o que precisamos fazer para a sociedade que nos rodeia, e no mal que fizemos que precisa ser reparado e restaurado. Porque Jesus jamais se sentiu alheio à vida humana, especialmente àqueles que eram considerados impuros e marginalizados.

Artigo baseado na homilia de
Frei Guilherme Pereira Anselmo Jr.
Diocese de Campo Limpo,
São Paulo – SP.