3º Domingo da Páscoa – 2025

3ª Aparição de Jesus na Galileia

O evangelho de hoje relata a terceira aparição de Jesus aos apóstolos na Galileia. Quando Jesus apareceu pelas duas vezes a eles em Jerusalém, após ressuscitar, os apóstolos estavam reféns dos judeus e, nessas duas aparições, Jesus percebeu a angústia que os apóstolos estavam sofrendo, e lhes disse: “A paz esteja convosco!”

Em seguida, Jesus disse aos apóstolos que fossem à Galileia pois queria encontrá-los lá e, enquanto Jesus não aparecia, Simão Pedro, bastante impaciente, avisou aos apóstolos que iria pescar e eles o acompanharam.

Passaram a noite inteira no barco e não pescaram nenhum peixe, e de manhã viram um homem na praia que lhes pergunta: “Tendes alguma coisa para eu comer?” Com esta pergunta, os apóstolos reconheceram Jesus e entenderam que estava necessitado de ajuda para continuar com sua missão.

E que não basta apenas amá-lo, mas obedecer à sua vontade que é anunciar o reino de Deus à humanidade através de seus ensinamentos. Muitas vezes não colhemos frutos de nosso trabalho porque lançamos a rede para o lado oposto do que Jesus espera de nós, por isso Ele ordena aos apóstolos lançarem a rede para o outro lado da barca. 

João reconhece Jesus

E de novo acontece uma pesca milagrosa. Nesta hora João tinha ficado com Jesus até o fim, olha para Pedro e diz: “É o Senhor!” Antes de sua terceira aparição, os apóstolos haviam abandonado seu mestre, Judas havia traído Jesus e Pedro havia negado Jesus três vezes.

O primeiro encontro de Jesus com os apóstolos foi na Galileia, foi ali que Jesus falou com eles pela primeira vez, foi ali que Jesus havia feito uma pesca milagrosa, e foi ali que há três anos, Pedro de joelhos, chorando, disse a Jesus: “Afasta-te de mim porque sou pecador!”

Na terceira aparição, Pedro não se afasta de Jesus e não tem mais vergonha de sua nudez sabendo que Jesus sabia tudo sobre ele e, diferente de Adão, no Gênesis, que se escondeu de Deus quando viu que estava nu, Pedro não se esconde.

Depois que os apóstolos comem e partilham o pão e os peixes, Jesus chama Pedro pelo seu antigo nome: “Simão, filho de João, tu me amas?” e por três vezes pergunta isso a ele. Com isso, Pedro se entristece, achando que Jesus estivesse desconfiando dele, mas Pedro não entende que era importante que ele afirmasse seu amor por três vezes para encobrir aquelas suas três negações a Jesus.

Devemos recomeçar assim como Pedro

E por fim, Jesus diz a Pedro: “Segue-me e apascenta minhas ovelhas!” Ou seja, vire a página, porque o que ficou para trás, ficou para trás. Jesus também diz a Pedro que este tomará do Seu batismo, significando que quando fores velho, estenderás as mãos e outro o cingirá e o levará para onde não queres ir. A morte de Pedro foi em Roma com ele pregado na cruz, Pedro não se sentiu digno de ser crucificado como seu Mestre, então pediu para ser crucificado de cabeça para baixo.

Há momentos de nossas vidas que parece que tudo está perdido e que também nos perdemos no caminho. E Deus também nos dá a graça de recomeçarmos mais uma vez. A palavra neste domingo é uma só: o recomeço. O evangelho de hoje é o recomeço de Pedro. Pedro volta ao início de tudo quando reencontra Jesus e quando Pedro reconhece que aquele homem necessitado era o Messias que lhe diz: “Comece de novo, mas comece da forma certa!”

Nós também devemos mudar de vida dando o passo certo. Deus nos permite recomeçarmos sempre, mas se não recomeçarmos da forma correta, ficaremos o tempo todo recomeçando sem entender o projeto de Deus para nós, que é um projeto de amor, de alegria, de fidelidade, felicidade e de paz.

Apascenta meu rebanho!

O evangelho de hoje é um convite para todos nós, é o convite da Páscoa, para que recomecemos ressuscitados com Cristo. Abandonando aquilo que nos impede de caminhar, por mais belo que seja, mas que nada adianta se o conteúdo for vazio e sem amor, porque Deus não quer ninguém escravo de suas paixões e na escuridão.

Por isso Jesus diz a Pedro: “Apascenta meu rebanho!” para que vá onde há peixes. Com isso nossos corações estarão repletos de uma certeza, que Jesus está junto de nós nos preparando para um banquete ao conduzir nossos passos. Que possamos recomeçar, mas não sozinhos e, assim como Pedro, recomeçar com o Senhor à nossa frente.